quarta-feira, 19 de maio de 2010

Enlouqueci

Confesso que enlouqueci. De repente me tornei uma daquelas pessoas inseguras, que não sabe muito bem o que fazer dos próximos dias, meses e anos. Uma pessoa que a cada dia parece ter uma personalidade distinta e cada uma com seus conflitos distintos.

Me encontro em alguns momentos como uma menina de 15 anos que começa a descobrir a vida e de repente descobre o que é gostar de alguém. Que sente medo de dizer tudo o que pensa e quer mais que tudo se jogar em tudo o que há por vir. Outros momentos pareço com uma mulher de 50 anos que, de tanto viver e se apaixonar, morre de medo de se machucar mais uma vez. E às vezes me encontro como a mulher de 23 anos que sente a saudade daquele ombro amigo para derramar todos os conflitos, beber todas as cervejas e dançar até o pé doer.

Toda essa insanidade misturada aos conflitos (que são capazes de conflitar entre eles mesmos) tem uma razão. Há uma vontade de gritar pro mundo que eu estou diferente, de dizer para quem quiser ouvir que eu abrandei minha intensidade, me tornei mais racional. Que não sei mais agir como se existisse uma bomba relógio no lugar de um coração. Mas por ter mudado, não consigo mais gritar por aí.

Talvez insana eu fosse antes e este momento de loucura seja apenas uma fase de adaptação de uma nova pessoa. Ou talvez eu tenha me perdido em algum momento entre as coisas que ficaram por dizer e àquelas que eu disse. E confesso que hoje não há mais coragem de dizer tudo o que está na garganta. E até retornar à sanidade (ou àquela insanidade anterior) eu guardo meus sentimentos em algum lugar entre o peito e a boca, esperando, quem sabe, a hora certa de dizer.