quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mudanças



Há algum tempo, toda paixão que aparecia na minha vida, ou melhor, que acabava, era toda uma dor, todo um sofrimento e toda uma semana num misto de raiva e tristeza até as coisas amenizarem.

Era uma semana de dor mais um ou dois meses de adaptação. Era quase como uma mudança de casa. Como se mudar um sentimento, fazer cabe-lo de uma outra forma dentro de mim, demandasse a mudança real de uma casa. Fazer caber em um espaço novo. Num pedacinho bem menor no peito. Uma mudança de um tríplex para uma kitinet.

Acho hoje que era muito sofrimento e muita adaptação talvez para sentimentos que no fundo eu sempre soube que não durariam. Mas fazer o que, se intensidade sempre foi algo bem Janaina Galvão.

Mas posso ser honesta?

Não quero mais céu ou inferno de uma paixão.

Quero mesmo é andar com os pés no chão. De mão dada com alguém que entenda quem é maluca que vai querer fugir feito louca quando as borboletas tomarem conta do meu estômago inteiro. Que vai me olhar e dizer: “Janaina, para de pirar em terminar o que a gente tem sabe-se lá por que motivo e escolhe logo o que você quer jantar! Quer vinho?”. Que me traga pro chão sempre que eu precisar.

Que entenda minha vontade de ir ao cinema sozinha. Que me de um ombro quando alguma coisa der errado e que me faça rir. Rir é importante. Que nossa conversa dure horas e que me faça ter orgulho de tê-lo na minha vida.


E que me permita, de verdade, não ter que mudar de casa quando tudo acabar.

Mas que me deixe só tirar um quadro da parede.