terça-feira, 12 de outubro de 2010

Uma carta ao futuro


Pensei três dias em você. Achei que seriam três dias de abstração total. Mas não. Confesso que alguns pensamentos do passado também apareceram.

Desculpa, mas é inevitável.

Ouvindo alguém tocar, voltei alguns meses atrás e me perguntei pela centésima vez “porque não der certo?”. Eu sei que não devia ter esse tipo de pensamento idiota. Mas me perdoa por me questionar de vez em quando. O passado apareceu também pela lembrança de uma outra viagem e um outro show. Fica tranquilo, pois este pensamento não me afligiu. Só pensei em coisas boas de um ano atrás. Coisas boas que ficam hoje somente como a memória de um segredo gostoso e uma amizade sincera.

Mas você iria ficar feliz em ver como eu me diverti. Hoje lhe escrevo com as pernas doídas e os olhos pesados. As costas também deixam a desejar pela noite (mal)dormida no ônibus.

O Pixies no palco e meu corpo simplesmente não conseguia ficar parado. Hey começou a tocar e meu coração quase veio parar na boca! Antes disso o Queens Of The Stone Age me fez fechar os olhos e cantar No One Knows como se estivesse sozinha no meu quarto (talvez isso você não gostasse, afinal sabemos que afinação não é meu forte). Ainda teve Incubus, Kings Of Leon, Sublime, Regina Spektor, Joss Stone... Merecem uma menção honrosa os irmãos Cavalera e a vontade que tive de gritar intensamente enquanto eles tocavam. E claro, toda a pancadaria (e os roxos pelo corpo) do show Rage Against The Machine.

Juro que você ficaria orgulhoso do meu desprendimento, das risadas infindáveis e da falta de seriedade. É um passo para lhe encontrar. Sei que você me chamaria atenção pelo alto nível de distração. Não brigue comigo, mas ando sem paciência para prestar atenção nas coisas. Talvez tenha deixado passar algumas oportunidades de você fazer-se presente, mas enquanto isso você continua por ai. Queria lhe pedir apenas que chegue ao seu tempo, que não tenha pressa, pois o presente tem me feito muito bem!

Até logo!