quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ah Rio de Janeiro!

Maio/12

Ah Rio de Janeiro!

Uma semana em suas terras e já rogo a Deus que lhe conserve assim. Como Vinícius a descrevera. 

Não moraria em suas ruas, pois prefiro conservá-la em minhas lembranças como uma cidade que beira a perfeição. Não gostaria de viver os seus problemas de cidade grande. E então possivelmente deixar de amá-la. Deixo isso para a minha fria Curitiba que amo de qualquer maneira.

Gosto desse Rio que mistura arquitetura colonial com prédios ultra modernos.
 
Gosto desse rio democrático de praia e biquíni onde todos são iguais. 

Gosto dos biscoitos Globo! “Salgado, por favor!”

Choro pela beleza irretocável de seus parques.

Gosto desse Rio de vista bonita por todos os cantos. 

Gosto mais ainda da lua que nasce do mar.

Morro por seus sambas e seus poetas.

Gosto dessa mistura de culturas e do sorriso do seu povo.

Ah Deus! Abençoa todo esse Rio de Janeiro!

Uma sala vazia


Recebi um pacote pelo correio. Sem remetente nenhum. Um envelope em branco escrito apenas meu nome. Dentro do envelope estava uma caixinha preta de madeira com uma caveira desenhada da tampa. Uma caveira igual a essas que apareciam nos desenhos animados nas garrafas de veneno, só para mostrar o perigo daquilo. Estava com a madeira desgastada, como se tivesse sido abandonada há algum tempo e tinha um cheiro estranho de mar.

Enchi meu olho de lágrima e comecei a chorar feito uma criança quando abri. Era mesmo aquela caixinha que eu havia me desfeito... Que em um dia qualquer fui à praia e joguei no mar. Mandei pra bem longe a chave daquela sala vazia. 

Tranquei por receio de reviver o que existia ali dentro. Tanto sentimento. Um tanto alegria e um outro tanto de dor. Textos escritos nas paredes, trechos de músicas favoritas rabiscadas no teto e pinturas tristes no chão...

Então um medo enorme preencheu cada pedaço do meu corpo. Medo de abrir aquela sala e notar que de repente tudo ainda estaria ali. Eu tinha certeza que tudo haveria desbotado, mas... E se estivesse ainda tudo confuso e forte ali dentro?

Sentei no chão com a caixa na mão. Deve ter passado uma meia hora, mas juro pareceu uma eternidade. Respirei fundo e me enchi de coragem. Com pernas trêmulas girei a chave. Entrei na sala vazia quase que de olhos fechados, sem querer ver o que me esperava ali. 

Abri os olhos e chorei de volta, mas dessa vez foi de alegria. Consegui respirar direito pela primeira desde que recebi o envelope. A sala parecia como nova (exceto pela poeira). Teto e paredes brancas. E o chão sem nenhuma pintura. Tudo ali estava claro e leve. Limpo. Nem um resquício de passado. Abri as janelas e deixei o sol entrar. 

Virei as costas com um sorriso no rosto e deixei a sala aberta. Porta e janelas escancaradas. Tudo limpo para que eu possa sim pintar o chão de volta caso eu queira. Escrever novos trechos prediletos de novas músicas prediletas e novos textos bonitos. E deixar entrar quem for bem vindo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sobre a chuva



Enquanto eu espero, chove. Você sabe que eu espero faz tempo, mas hoje é a primeira vez que a chuva é minha única companhia.
A rua antes barulhenta, agora tem o som gostoso das rodas dos carros passeando na água. 
A chuva que antes me trazia angústia, agora me faz sentir em casa. A chuva que me deixava irritada, pois limitava os passeios pela rua, agora me faz querer ficar aqui enquanto você não chega.
Me jogo no colchão coberto com o lençol vermelho que faz as vezes de sofá e escrevo.
Escrevo sobre a chuva que limpa a cidade, que acalma os ânimos, que faz o ar mais puro, que deixa os sons da cidade mais bonitos, que amansa o calor insuportável e que me faz tranquila.
Leve o tempo que precisar para chegar, porque a chuva já não me assusta mais.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sobre estranhezas

Para ler ouvindo The Doors!

Quero falar sobre a estranheza das coisas. 


Sobre o quão estranho é calor em Curitiba em julho. Sobre as pessoas estranhas no ônibus, cada um com sua vida e sobre a curiosidade que aqueles rostos me despertam. Sobre o quão estranho, que chega a ser bizarro, pessoas gostarem de Michel Teló e coisas desse tipo. Sobre a estranha mania de pessoas perguntarem tudo mesmo podendo resolver as coisas sozinhas. 


Mas sabe o que acho mais estranho? As pessoas que ultimamente só se relacionarem de maneira vazia. Não querem mais saber quem é quem, mas o quão dura é a bunda daquela garota ou o quão bonito é o abdômen do guri encostado no bar. As mulheres, sua produção e sua falta de amor próprio. Os homens, seu papinho barato e suas metralhadoras. O beijo é apenas pelo beijo, o sexo é apenas pelo sexo. 


Ou será que nessa história toda a estranha sou eu? Que gosto mesmo é de uma boa conversa, conteúdo, criatividade. Que estar com alguém significa a expectativa de um telefonema dali uns dias, de uma cerveja em um bar ou um cinema na semana seguinte. Um beijo trocado é a vontade de ver novamente e não um escape de carência ou necessidade de sentir-me desejada. Mas sim a busca por boa companhia. 


É complicado querer isso em um mundo que as pessoas vivem de maneira muito efêmera. Sentimentos são banais pra caramba e o medo de se relacionar faz todo mundo ser evasivo, raso. Querer aproveitar o que as pessoas podem nos oferecer, querer ver o que vem pela frente é perigoso de mais e então as pessoas não se arriscam. 


Mas me explica que graça tem viver assim? Sem riscos, sem nada! Mas é... Cada vez mais eu percebo que a estranha dessa história sou eu.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Liberdades

Sonhei que nossas liberdades se encontraram. 
Passamos a ser um excelente quarteto. Eu, você e nossas liberdades. 
Até que um dia achamos que tinha coisa de mais entre nós.
Então passamos a ser nós dois dividindo uma liberdade só.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um desses quadros


Há algum tempo escrevi sobre amores que me possibilitassem, ao término, apenas mudar um quadro na parede e não promover uma inteira mudança de casa. Não sofrer tudo aquilo, mas sim sofrer o que seria o suficiente. Ter sempre os pés no chão.

Posso dizer que o nosso amor foi um desses. Ou seria, se tivéssemos chego ao ponto do amor.

Mas ao invés de tirar o quadro da parede e tê-lo feito sumir dos meus olhos, apenas troquei de parede. Coloquei-o em um cômodo que visito pouco. E quando passo por ele lembro como ele ficava bem na parede antiga. Penso, na verdade, que ele ficaria melhor ainda na parede principal da sala ou na cabeceira da minha cama.

Porém pessoas têm dom de dizer coisas que nem sempre pensam ou medo de assumir o que realmente sentem. Estas acabam por fraquejar, trocar os pés pelas mãos, não sendo forte o suficiente para colocar um quadro em uma parede de destaque, seja qual parede for.

E sinto falta do que poderia ter sido se tivesse sido coerente e corajosa. Ter feito dessa história uma gravura que colocaria lindamente na parede de entrada da sala. Ficaria bom, certamente.

E essa esse papo de quadro não fizer sentido nenhum, lembre apenas da nossa última conversa de bar. Você disse que era burro de não estar comigo e hoje eu digo que fui burra de ter deixado você ir pra longe.

*A ilustração deste post é a obra Amendoeiro em Flor do Van Gogh

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Músicas do meu 2011

Adoro pessoas que tem hábito de fazer listas. Confesso que não é uma das minhas especialidades, mas acho muito legal! Então hoje parei para pensar que músicas mais marcaram meu 2011, repetindo o que fiz no fim de 2009! E, como na outra lista, nem todas são músicas novas... Mas fazer o que se gosto de algumas velharias! Vamos lá!
 
#10 - Machine Gun Man – Zack Wild 


Esse último ano vi shows sensacionais. Entre eles está o show da banda do ex-guitarrista do Ozzy, o Zack Wild. A banda em questão é o Black Label Society. Ganhei o ingresso de um colega do trabalho e fiquei felizona! Acho a voz do cara lindíssima e ele destrói na guitarra. Mesmo! O som da banda é bem barulhento! Porém, posto como o décimo lugar de 2011 uma música antiga de um projeto solo do Zack. No vídeo ele está um lindinho, mas no show ele mais parecia um viking enorme.
 
#09 - You Can’t Always Get What You Want – Rolling Stones 


Em 2009 eu disse: “’You can’t always get what you want’ está no meu Top 10 simplesmente porque ela estará em qualquer lista que eu faça sobre música”.
Então está ai!
 
#08 - The Kind You Can’t Afford – Madeleine Peyroux 


Descobri essa cantora por uma amiga no finzinho de 2010, se não me engano. Nesse ano comprei o CD “Standing on The Rooftop”. É todo lindo! Conta com uma versão de “Martha, My Dear” dos Beatles e outra de “Love in Vain” dos Stones. Super recomendo! Porém, a música que mais gosto é essa ai: “The Kind you Can’t Afford”. A letra é simplesmente sensacional.
 
#07 - Rumor Has It – Adele

 

Não vou deixar a queridinha de 2011 fora do meu top 10. Conheci o som da moça esse ano pela famosa “Rolling In The Deep”. Baixei o CD e me apaixonei pela “Rumor Has It”. É batida é tão bacana que me faz ter vontade de sair dançando na rua. E convenhamos, que voz!

#06 - Partido Alto – Versão Trio Quintina
 

Tá ai uma banda que eu ouvi durante 2011. Que o digam minhas parcerias de Empório São Francisco. Para quem não conhece o trio curitibano, eu recomendo. Se você gosta de música brasileira, instrumentos de metais e guitarra, você também fará do Empório sua parada obrigatória aos domingos. Essa música que coloco como uma das minhas favoritas de 2011 é uma que eles tocam já faz anos, mas nunca perde a graça para mim. Eles misturam Smashing Pumpkins e Chico Buarque. Quer melhor que isso? O problema é que não achei nenhum link no youtube com a versão dos caras para Partido Alto. Então ai vai o link de Cuidado, apenas para que vocês possam sacar a qualidade musical dos moços.
 

#05 - Kevin Paris – Sunrise Song 

Pensa você acampando com seus amigos e de repente você escuta essa voz sensacional e um violão incrível na barraca do lado. Foi assim que conheci o queridíssimo Kevin Paris (ou americano viado para os íntimos). As músicas do Kevin me lembram o carnaval incrível que passei esse ano na Ilha do Mel. Me lembra nossa favelinha e os meninos de Pederneiras. E como não tem nada melhor que lembrar de bons momentos e bons amigos, Kevin ganha meu quinto lugar de 2011.
E quem quiser conhecer mais o som, clique aqui.

 
#04 - Se eu soubesse – Chico Buarque
 


Como eu disse antes, 2011 foi um ano com shows sensacionais. E ver o Chico Buarque no Teatro Guaíra entra para esta categoria. Letras lindas, músicos excepcionais e olhos azuis encantadores. Chico sempre vai merecer estar em qualquer top 10 que diz respeito a músicas, depois de vê-lo ao vivo então...

#03 - Jeremy – Pearl Jam 


Eddie Vedder, casa comigo? Foi o que eu pensei depois que fui embora do show do Pearl Jam. Com seu carisma absoluto, Eddie Veder e sua banda foram responsáveis pelo segundo show mais lindo que vi esse ano. Perdendo apenas para o Paul, por razões lógicas. Me diz, quem não se emocionaria vendo o Pearl Jam tocando Jeremy ao vivo!
 
#02 - Arlandria – Foo Fighters
 

Não quero ser repetitiva e dizer o quando amo o Foo Fighters. Para mim está aí uma das bandas mais geniais da atualidade. E o que dizer então do álbum “Wasting Light”. Simplesmente fodão. Mais legal ainda foi ver o “Back and Forth” (documentário sobre a banda) e saber que o CD foi gravado inteiro de maneira analógica na casa do meu amado Dave Grohl. Escolho “Arlandria” como minha segunda música favorita de 2011 por uma parte da que o Dave canta em tom de sussurro. Acho muito bom. Mas juro que o CD todo tem músicas dignas de estar aqui. Para quem não ouviu, super recomendo o álbum todo e o documentário. É muito amor pelo Foo Fighters!

#01 - Black Bird – Paul Maccartney 


Só existe uma coisa que pode superar meu amor por Foo Fighters: ver um Beatle ao vivo. Não preciso explicar o porquê, né? Só sei que ver o vozinho Paul Maccartney tocando por duas horas foi algo indescritível. E chorei quando ele tocou “Black Bird”. O show teve vários momentos memoráveis, mas “Black Bird” sempre me emociona. É linda! Por isso, o avô que eu queria ter, ganha meu coração e o primeiro lugar do meu top 10 de músicas de 2011.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Bem vindo, 2012

É, começou outro ano. E uma das minhas metas para 2012 é escrever mais. Então cá estou. 
 
Acho que é normal nesta época fazermos um balanço sobre o que foram estes 365 dias que acabaram de passar. Confesso que não foi um ano fácil.


Senti dores, não inéditas, mas dor é sempre dor.


Doeu a topada do dedão no canto da cama, doeram as cenas de cretinice masculina, doeram os não recebidos e doeu muito o reconhecimento de algumas fraquezas.


Mas, puta que pariu, como aprendi.


Aprendi, mais uma vez, que dor de amor sempre passa. Aprendi que frieza e hipocrisia afastam pessoas. E aprendi que não se pode ser bom em tudo o que queremos.


E sabe que entro em 2012 com uma sensação de serenidade e segurança que não sentia a tempos. Como se esse ano viesse como um presente. Um presente igualzinho àquele céu estrelado que vi nas primeiras horas do primeiro dia de 2012. Um presente simples, que se ganha sempre, mas que fica mais perfeito a cada tempo que passa.


Sem ansiedade e sem grandes ambições, me jogo nesse ano com vontade de viver o que vier. E só não prometo que não vou topar o dedão de volta no canto da cama, de resto, os aprendizados e as dores valeram alguma coisa.
 

Seja bem vindo, 2012.