Para ler ouvindo:
Desde que um amigo me chamou de tola por ainda acreditar no
amor, ando refletindo sobre o assunto. Mas não só esse amor de casal que ele se
referia, mas sobre seu sentido mais amplo. Aquele tal do amor cristão, o amor pelo
próximo.
E a minha conclusão é óbvia, mas hoje tenho a certeza que é
impossível amar sem a tolerância, sem o respeito. O amor passa por entender que
não há ninguém perfeito. Que amar de verdade é tolerar defeitos, ter empatia.
Saber que o outro tem sua história, que tem em suas raízes conceitos diferentes
dos nossos. Amar é respeitar a individualidade.
E são nessas horas quer me sinto uma pessoa privilegiada,
pois usufruo desse amor a minha volta. Tenho família e amigos capazes de amar
apesar das diferenças, com as diferenças.
Tudo bem, não serei hipócrita de dizer q é tudo lindo, pois
nem sempre é fácil. Pelo contrário. Às vezes respeitar as escolhas do outro é
foda (desculpa, mas não tem outro termo que expresse exatamente isso). Mas no
fim das contas é sempre o amor que prevalece.
Mesmo que a sua vontade seja esganar
o outro por ter tomado decisões que você discorda totalmente, são nessas horas
que devemos trabalhar a tal da tolerância e entender que as pessoas são
diferentes.
Entendo que amar é esse exercício diário de colocar-se no
lugar do outro, respeitar espaços, tolerar defeitos e saber que não há ninguém
melhor do que ninguém. Não é simples, mas certamente é gratificante. É de uma
complexidade sem tamanho e exige as vezes que questionemos nossos próprios
valores pra poder respeitar o contexto do outro. E aí está o amor de verdade.
E hoje, mais do que nunca, sinto profundamente por aquele que
não consegue ser flexível, pois dificilmente será capaz de amar na totalidade.
De amar do fundo do coração.
Eu tento. E sigo, diariamente, fazendo esse exercício:
empatia, respeito e amor.