segunda-feira, 30 de junho de 2014

Saravá!

Hoje em dia existe algo imensurável que me acompanha todos os dias.

Algo que me faz vigiar para ser alguém melhor, a todo minuto. Que guia os meus passos e me faz dormir tranquila. Que me dá a certeza de estar protegida das mazelas do mundo e me dá conforto. Desde que eu faça por onde. 

Algo que me enche de esperança pela manhã de que o dia será lindo e me garante que todo sofrimento é necessário. E que certamente não durará pra sempre. Que me faz agradecer todas as noites, antes de dormir, por ter uma família repleta de amor. E que me deu uma família ainda maior, mais uma mãe e mais um pai. E uma porção de irmãos.

Algo que me mostrou o quão sagrada é a música e que por isso hoje ecoa um tambor dentro do meu coração. Que me ensina que as coisas mais sábias vem dos seres mais humildes. E me apresenta a importância da humildade para aprender com tudo que o mundo nos dá.

Algo que transmite um amor que, como ser falível que sou, talvez não seja totalmente merecedora, mas que procuro dar o meu melhor, para que um dia eu seja digna da confiança que me depositam todos os dias.

Algo que me conectou com a natureza de uma forma nunca antes experimentada e que justifica a ligação que sempre tive com o mato. Que me conectou com Deus. E que me dá o presente mais bonito que eu poderia querer: paz de espírito.

Por isso eu bato cabeça, para honrar a confiança de meus guias espirituais, agradecê-los e agradecer a força que vem dos Orixás!

Saravá Umbanda!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Sobre orgulho e dor

Nunca fui muito boa em admitir fraquezas e desistir das coisas. Tenho um lado orgulhoso que é um pouco tenebroso. Aquele tipo de coisa que devemos vigiar. Todos temos algo a ser vigiado. O meu é isso, o orgulho. Admitir que perdi algo é sempre muito doloroso.

Talvez seja este sentimento que tenha que lidar neste momento. A perda. Talvez seja pior por acreditar que ainda existe algo a ser vivido. Ou crer que não experimentei algo tão verdadeiro quanto o sentimento que hoje insiste em se fazer presente. Insiste mesmo, com uma intensidade que tem sido complexa de lidar. Complexa como nunca.

Tem dias que tudo passa bem e que mal lembro da existência desde tal sentimento. Mas tem outros que parece que tudo pula dentro do peito e fica muito difícil segurar as lágrimas da saudade.

Ainda não sei dizer se é um orgulho ferido misturado com a dor de não ter o que fazer a respeito ou se é um desses amores que vão demorar pra ir embora. A única certeza que eu tenho é que dói.

Isso pode parecer um contrassenso com que já escrevi antes, mas não é bem isso. A tristeza se faz presente, mas a vida não para por nenhum segundo. E em nenhum momento esta vida deixou de me apresentar todas as belezas que a permeiam. Mas a dor está aí para que eu aprenda a lidar.

É como um dedo do pé machucado. Enquanto estamos sentamos está tudo bem, mas ao dar o primeiro passo a dor está lá. Presente. Você não vai deixar de andar, mas terá que lidar com aquela pequena dor crônica que pode demorar, mas uma hora há de passar.

E é isso que me digo todos os dias, que se realmente é esse o fim da história, essa dor vai parar de doer. Alguma hora vai. Tenho certeza.