sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sobre raiva e intensidade

Falar sobre o que sinto nunca foi meu forte. Desde criança, quando alguma coisa me incomodava, eu fechava a porta do quarto, deixava o som alto e tentava resolver os problemas por minha conta.

Depois de um tempo, lá pelos 14 anos, comecei a escrever. As palavras se tornaram o melhor ombro amigo para as horas de tristeza, raiva ou confusão. Talvez seja porque sempre detestei que quem quer que fosse me visse triste ou sequer derramar uma lágrima. Um orgulho besta, mas que cultivo.

Dia desses, exercitando meu hábito de ir ao cinema sozinha, com tanta coisa no peito necessitando ser escrita, rabiscada e lida, precisei passar na livraria e comprar um caderno. A sala vazia e escura do cinema se tornou uma espécie de confessionário. Precisava contar, só para quem quisesse ouvir, que menti.

Menti quando disse que perdi minha intensidade. Continuo a mesma idiota impulsiva. Que raiva me dá descobrir que só obedeço à razão em pouquíssimos casos. Pior ainda é ter certeza do quanto incomoda gostar de alguém. E mais uma vez eu sinto raiva por saber que hoje é necessário – mais uma vez – deixar de gostar.

Quis gritar pro mundo que te quis muito e hoje quero gritar pro mundo que tenho raiva. Raiva de mim mesma por mais uma vez ter sido intensa de mais, por mais uma vez ter me deixado levar, por mais uma vez ter feito tudo que quis... E a raiva me faz enxergar que a intensidade sempre esteve aqui, pronta para pular para o mundo mais uma vez.

4 comentários:

  1. Pq ao invez de gritar para o mundo, vc apenas não falou diretamente com a tal pessoa? bem mais simples não?

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  2. Acredito que disse sim. Em um e-mail enviado, em uma conversa em um café, em vários momentos compartilhados...
    Não é tão simples dizer, como escrevo ali em cima, mas acredito que falei o que era necessário para quem precisou ouvir.

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  3. (deletado por erro de português! sorry!)

    a gente grita pro mundo já quando o peito transborda amargurado, decepcionado e enganado ado ado, não é mesmo, Jã?
    Viver com intensidade nunca será seu ponto fraco, mon amour, muito pelo contario.
    O complicado mesmo é ter que encarar as coisas como finitas. Os momentos duram o quanto podem durar, não o quanto gostaríamos que durassem.
    Acho que esse é meu recado pra você!

    Beijinhos, babe.

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  4. Na verdade, já me dei conta a algum tempo, que as coisas terminam no tempo delas. Acho só que já me cansei do fim das coisas.
    Porém, se pensarmos por outro ponto, como o primeiro texto que escrevi aqui, o fim é só um novo começo!
    Então que venham os novos começos sempre! Certo?
    Thanks babe por sempre passar por aqui! =)

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