terça-feira, 17 de julho de 2012

Sobre estranhezas

Para ler ouvindo The Doors!

Quero falar sobre a estranheza das coisas. 


Sobre o quão estranho é calor em Curitiba em julho. Sobre as pessoas estranhas no ônibus, cada um com sua vida e sobre a curiosidade que aqueles rostos me despertam. Sobre o quão estranho, que chega a ser bizarro, pessoas gostarem de Michel Teló e coisas desse tipo. Sobre a estranha mania de pessoas perguntarem tudo mesmo podendo resolver as coisas sozinhas. 


Mas sabe o que acho mais estranho? As pessoas que ultimamente só se relacionarem de maneira vazia. Não querem mais saber quem é quem, mas o quão dura é a bunda daquela garota ou o quão bonito é o abdômen do guri encostado no bar. As mulheres, sua produção e sua falta de amor próprio. Os homens, seu papinho barato e suas metralhadoras. O beijo é apenas pelo beijo, o sexo é apenas pelo sexo. 


Ou será que nessa história toda a estranha sou eu? Que gosto mesmo é de uma boa conversa, conteúdo, criatividade. Que estar com alguém significa a expectativa de um telefonema dali uns dias, de uma cerveja em um bar ou um cinema na semana seguinte. Um beijo trocado é a vontade de ver novamente e não um escape de carência ou necessidade de sentir-me desejada. Mas sim a busca por boa companhia. 


É complicado querer isso em um mundo que as pessoas vivem de maneira muito efêmera. Sentimentos são banais pra caramba e o medo de se relacionar faz todo mundo ser evasivo, raso. Querer aproveitar o que as pessoas podem nos oferecer, querer ver o que vem pela frente é perigoso de mais e então as pessoas não se arriscam. 


Mas me explica que graça tem viver assim? Sem riscos, sem nada! Mas é... Cada vez mais eu percebo que a estranha dessa história sou eu.

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